Aplicativo de mensagens instantâneas mais popular do mundo, o WhatsApp se estabeleceu na vida de mais de 3 bilhões de pessoas mediando conversas, transações comerciais e, de forma natural, invadiu o cotidiano das organizações, impondo o paradigma de ser associado a uma grande solução prática e também motor de diferentes problemas. O primeiro Lab Alfa, evento promovido pela Alfa Comunicação e Conteúdo em parceria com a ACIC imergiu nas diversas nuances desse polêmico tema na noite desta segunda-feira (20), na ACIC, envolvendo 50 pessoas de diferentes áreas do conhecimento em uma programação de conteúdos e dinâmicas de cocriação.
O propósito do encontro, ao discutir o uso do WhatsApp como canal de comunicação interna nas organizações, estava em debater sobre a ferramenta e encontrar em conjunto maneiras de utilizá-la de responsável e estrategicamente, aponta a diretora geral da Alfa Comunicação e Conteúdo, Andressa Fabris. Para isso, foram promovidas dinâmicas colaborativas facilitadas pelo designer e fundador da Metoludi, Diego Piovesan.
“O Lab Alfa é um laboratório de inovação aberta que lançamos para cocriar soluções de comunicação junto ao mercado. Em debates e experimentações como essa, queremos envolver clientes, parceiros e profissionais de diferentes áreas em cima de temas que transformam o dia a dia das organizações, com o objetivo de construir, de forma colaborativa, metodologias e caminhos que fortaleçam o papel estratégico da comunicação”, destaca Andressa.
A proposta de aprendizado coletivo do encontro mesclou as metodologias de cocriação em grupo com conteúdos levados por profissionais de diferentes áreas do conhecimento. Os especialistas abordaram o uso do WhatsApp sob as perspectivas da psicologia e gestão de pessoas, da comunicação interna e endomarketing, da cibersegurança e do direito.
Destaques do painel de conteúdo
Em sua introdução ao tema, o designer, professor e fundador da Metoludi, Diego Piovesan, trouxe dados sobre a relevância das redes sociais e do WhatsApp, em número de usuários e o tempo que as pessoas passam usando o aplicativo todos os dias. “Em meio a tantos estímulos digitais, estamos em uma era que impõe um desafio pela atenção”, pontuou.
O cronograma aprofundou a abordagem no ambiente corporativo com a participação da jornalista e diretora da Vertical Comunicação Interna e Endomarketing, Tatiani Longo. A especialista enalteceu a importância de se estabelecer estratégias para não aumentar a “infoxicação”, a intoxicação por excesso de informação, entre os colaboradores e alcançar a eficiência nos processos de comunicação.
Com a perspectiva do impacto do mau uso do WhatsApp na saúde mental, a psicóloga e presidente da ABRH Sul Catarinense, Tânia Aquino, frisou que o WhatsApp é uma ferramenta de comunicação “assíncrona”, ou seja, que não há a obrigação da resposta imediata, embora muitas pessoas interpretem de forma contrária. “O estado de hiperconectividade cria um cérebro “em alerta constante”, sem pausas, o que pode elevar os níveis de cortisol, causar exaustão e reduzir a criatividade”, apontou.
Outros pontos de atenção envolvem a seara jurídica, sobre a qual a advogada Cristine Dagostin destrinchou os riscos e benefícios do uso do WhatsApp. Entre os cuidados a serem tomados estão as questões trabalhistas, como nas mensagens fora do horário de expediente ou até mesmo pelo teor das falas que podem acarretar assédio moral. “Para muitas empresas, a utilização desse aplicativo gera muita praticidade, porém o recomendado é que se tenha políticas internas de uso, treinamentos e o emprego de ferramentas corporativas, como o WhatsApp Business API para melhorar os ambientes de trabalho e mitigar problemas”, frisou.
Com o aumento do uso do WhatsApp, eleva-se também a preocupação com os dados que por ele circulam. O empreendedor e coordenador do curso de Engenharia de Software da UniSatc reforçou que, apesar da criptografia, a segurança depende da gestão. “Segundo pesquisas recentes, só no Brasil mais de 150 milhões de pessoas e 60% das grandes empresas utilizam a ferramenta. Como tecnologia, o WhatsApp é bastante seguro, mas a vulnerabilidade a golpes que ocorrem está sobretudo no usuário. Portanto precisamos incentivar a educação para o uso seguro entre as pessoas”, aconselhou.
Ainda no âmbito do conteúdo, a diretora da Alfa, Andressa Fabris, destacou que há diversas outras ferramentas disponíveis para as empresas que prefiram não fazer uso do WhatsApp. “Quando bem geridas, essas plataformas potencializam a comunicação interna e fortalecem a cultura organizacional. Entendo que o ‘passo atrás’ de compreender e planejar o uso dessas ferramentas é tão importante quanto os benefícios delas. Nesse sentido trouxemos a discussão, para encontrar o caminho de aproveitá-las da melhor forma”, enalteceu.
O WhatsApp inaugura a série de movimentos a ser realizada no Lab Alfa, antecipa Andressa. “Vamos promover mais discussões e dinâmicas com outros temas impactam a vida das organizações e fazemos um convite para as empresas que desejarem buscar soluções para dores internas que nos procurem. O Lab Alfa é um espaço para isso”, assinala.